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Inglês internacional: a Web impondo unificação?

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Inglês internacional: a Web impondo unificação?

Inglês internacional: a Web impondo unificação?

Também conhecido como global English ou world English, o inglês internacional está sendo cunhado no mundo empresarial com a intenção de ser um idioma de comunicação universal. Sem ter a intenção de refletir nenhuma cultura dos povos de língua inglesa em todo o mundo.

Preocupadas em obter melhores resultados com a utilização de verbas destinadas à contratação dos serviços de localização de sites para diversos países, grandes empresas começam a adotar o que estão chamando de inglês internacional.
Isso vem sendo feito sem abrir o assunto à discussão com o mundo acadêmico e, ao que tudo indica, alicerçado apenas no ponto de vista econômico.  Apesar de controvérsias, começa a emergir certo consenso ao uso do inglês internacional. Por exemplo, John Yunker, um dos fundadores do Byte Level, site especializado em Globalização pela web, costuma emitir em seu Blog (www.globalbydesign.com/blog) opiniões que trazem importantes reflexões para o mundo corporativo.

Em janeiro deste ano, ao comentar sobre os grandes volumes de traduções multilíngues que vêm sendo realizados por empresas no mundo inteiro, ele abordou o caso da Boingo, provedora mundial de serviços de internet wireless, apontando uma tendência entre as grandes empresas que possuem sites multilíngues:  a  utilização  do inglês internacional.

Segundo Yunker, a Boingo não é a primeira empresa a rotular o idioma predominante em seu site de inglês internacional. Essa denominação está sendo aplicada, na verdade, em todos os sites cujo conteúdo vem sendo, de forma opcional, descrito (ou localizado) no inglês praticado nos Estados Unidos – apesar de não ser essa a essência pretendida pelo novo inglês.

Também conhecido como global English ou world English, o inglês internacional está sendo cunhado no mundo empresarial com a intenção de ser um idioma de comunicação universal. Sem ter a intenção de refletir nenhuma cultura dos povos de língua inglesa em todo o mundo, da Índia à Nova Zelândia, teria a finalidade de facilitar a comunicação entre os povos anglófonos, além de tornar-se um padrão internacional para o inglês. Caracterizando-se por uma maior simplicidade, não utilizaria contrações nem expressões locais.

Na prática, assemelha-se ao inglês mais popularmente utilizado nos Estados Unidos, e as tendências indicam que realmente será dominante, em uma espécie de unificação informal do idioma. Um exemplo de seu uso é o da gigante Siemens, também mencionado por Yunker. Embora mantenha suas bases na Alemanha, sabe qual idioma a empresa adota em seus domínios.com e .co.uk, este último vigente em plena Inglaterra?  Isso mesmo. Acertou quem disse inglês norte-americano.

É bom lembrar que a verba poupada com várias versões do mesmo idioma pode ser utilizada para aumentar o número de idiomas almejados nos processos de localização, ampliando, assim, a comunicação para um maior número de mercados. Essa mesma lógica pode estimular a repetição do raciocínio para outros idiomas. O próximo poderá ser o Espanhol, por exemplo, idioma oficial em nada menos que 21 países.

Restam algumas dúvidas. Será que os benefícios da simplificação justificariam as eventuais perdas culturais?  Será que lamentaremos futuramente os prejuízos advindos da banalização dos vernáculos e o consequente empobrecimento das possibilidades de expressão?