Gerumdismo: Quem aguenta?
Vez por outra, a nossa gramática padece com certos modismos lingüísticos que surgem da noite para o dia. São cacoetes introduzidos na língua portuguesa, geralmente resultado de tradução deficiente de outros idiomas, em especial do inglês. Sem sombra de dúvida, esse é o caso do gerundismo – também conhecido como endorréia – estrutura verbal que virou sinônimo de irritação, uma legítima dor de cabeça para qualquer ouvido sadio. Trata-se da abominável e desnecessária combinação de verbos auxiliares e principais, juntamente com o gerúndio, uma das formas nominais do verbo que contém o sufixo -ndo
Vez por outra, a nossa gramática padece com certos modismos lingüísticos que surgem da noite para o dia. São cacoetes introduzidos na língua portuguesa, geralmente resultado de tradução deficiente de outros idiomas, em especial do inglês.
Sem sombra de dúvida, esse é o caso do gerundismo – também conhecido como endorréia – estrutura verbal que virou sinônimo de irritação, uma legítima dor de cabeça para qualquer ouvido sadio. Trata-se da abominável e desnecessária combinação de verbos auxiliares e principais, juntamente com o gerúndio, uma das formas nominais do verbo que contém o sufixo -ndo
Ocorre em frases do tipo “vou estar telefonando” ou “estarei enviando” que poderiam ser substituídas simplesmente por “vou telefonar” ou “enviarei”. O problema disseminou-se principalmente pela grande dimensão que vem adquirindo as empresas de telemarketing.
O vício de linguagem, outro nome apropriado para o fenômeno, também é recorrente em outras categorias profissionais, como a dos jogadores de futebol.
“O fato é que de repente surgiu no Brasil a esquisita mania de usar o verbo “estar” seguido de outro verbo no gerúndio”, escreveu o professor Pasquale Cipro Neto, conhecido detrator do uso do gerundismo, em sua obra “Inculta e Bela”.
É preciso, no entanto, fazer a clara distinção entre gerúndio, que expressa uma ação que está em andamento, e gerundismo, palavra derivada do termo, que define a condenável expressão.
Elemento integrante da língua portuguesa desde sua formação, o gerúndio, que provém do latim, tornou-se o tempo verbal favorito em sentenças nas quais se utiliza o conceito de ação. Em Portugal, contudo, assim como no resto dos países lusófonos, ele não tem tanta observância quanto no Brasil. Neles prefere-se a estrutura frasal que combina o presente do indicativo do verbo auxiliar seguido da preposição e do infinitivo (como em estou a dizer).
Modismo exclusivo do brasileiro, o gerundismo, por empregar mais verbos em sua constituição, em geral provoca dúvidas se a ação será concluída ou não e quando o será. Tal atitude denota artificialismo e falta de compromisso nos relacionamentos, sobretudo entre clientes e organizações.
Uma prova definitiva do grau de aborrecimento que ele provoca partiu, curiosamente, de Brasília, onde proliferam discursos com palavras de natureza, no mínimo, duvidosa. O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, resolveu simplesmente proibir o gerúndio.
Por meio do Decreto nº 28.314, datado de 28 de setembro de 2007, determinou, conforme registra o artigo 2º: “Fica proibido a partir desta data o uso do gerúndio para desculpa de ineficiência”.
Obviamente que o governador pretendeu, com a determinação, abolir, na verdade, o uso do gerundismo nos órgãos sob sua gestão. A iniciativa porém, exagero à parte, é alvo de inúmeros elogios em todo o País.
Sem sombra de dúvida, esse é o caso do gerundismo – também conhecido como endorréia – estrutura verbal que virou sinônimo de irritação, uma legítima dor de cabeça para qualquer ouvido sadio. Trata-se da abominável e desnecessária combinação de verbos auxiliares e principais, juntamente com o gerúndio, uma das formas nominais do verbo que contém o sufixo -ndo
Ocorre em frases do tipo “vou estar telefonando” ou “estarei enviando” que poderiam ser substituídas simplesmente por “vou telefonar” ou “enviarei”. O problema disseminou-se principalmente pela grande dimensão que vem adquirindo as empresas de telemarketing.
O vício de linguagem, outro nome apropriado para o fenômeno, também é recorrente em outras categorias profissionais, como a dos jogadores de futebol.
“O fato é que de repente surgiu no Brasil a esquisita mania de usar o verbo “estar” seguido de outro verbo no gerúndio”, escreveu o professor Pasquale Cipro Neto, conhecido detrator do uso do gerundismo, em sua obra “Inculta e Bela”.
É preciso, no entanto, fazer a clara distinção entre gerúndio, que expressa uma ação que está em andamento, e gerundismo, palavra derivada do termo, que define a condenável expressão.
Elemento integrante da língua portuguesa desde sua formação, o gerúndio, que provém do latim, tornou-se o tempo verbal favorito em sentenças nas quais se utiliza o conceito de ação. Em Portugal, contudo, assim como no resto dos países lusófonos, ele não tem tanta observância quanto no Brasil. Neles prefere-se a estrutura frasal que combina o presente do indicativo do verbo auxiliar seguido da preposição e do infinitivo (como em estou a dizer).
Modismo exclusivo do brasileiro, o gerundismo, por empregar mais verbos em sua constituição, em geral provoca dúvidas se a ação será concluída ou não e quando o será. Tal atitude denota artificialismo e falta de compromisso nos relacionamentos, sobretudo entre clientes e organizações.
Uma prova definitiva do grau de aborrecimento que ele provoca partiu, curiosamente, de Brasília, onde proliferam discursos com palavras de natureza, no mínimo, duvidosa. O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, resolveu simplesmente proibir o gerúndio.
Por meio do Decreto nº 28.314, datado de 28 de setembro de 2007, determinou, conforme registra o artigo 2º: “Fica proibido a partir desta data o uso do gerúndio para desculpa de ineficiência”.
Obviamente que o governador pretendeu, com a determinação, abolir, na verdade, o uso do gerundismo nos órgãos sob sua gestão. A iniciativa porém, exagero à parte, é alvo de inúmeros elogios em todo o País.