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A importância de se contratar uma boa empresa de tradução: Problemas com a qualidade das traduções travam negociações do Brasil com a FIFA

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A importância de se contratar uma boa empresa de tradução: Problemas com a qualidade das traduções travam negociações do Brasil com a FIFA

A importância de se contratar uma boa empresa de tradução: Problemas com a qualidade das traduções travam negociações do Brasil com a FIFA

Atrasos na votação da Lei Geral da Copa no Congresso Nacional estão sendo atribuídos a um suposto problema de interpretação na tradução do Caderno de Garantias e Responsabilidade. O documento em questão dita o compromisso do país de assegurar serviços e isenções para a realização da Copa do Mundo de 2014, bem como o pagamento de indenizações e suporte a entidade em casos de acidentes.

Atrasos na votação da Lei Geral da Copa no Congresso Nacional estão sendo atribuídos a um suposto problema de interpretação na tradução do Caderno de Garantias e Responsabilidade. O documento em questão dita o compromisso do país de assegurar serviços e isenções para a realização da Copa do Mundo de 2014, bem como o pagamento de indenizações e suporte a entidade em casos de acidentes.

Ao que tudo indica, a versão em português estaria abrandando as obrigações do Brasil se comparada às condições impostas no documento original em inglês, utilizado como padrão.
O documento foi assinado por ministros brasileiros – que tiveram de considerar as garantias referentes ao seu próprio ministério. Nesse processo, na época (2007), o advogado geral da União se recusou a assinar a versão em inglês do documento por ter percebido falta de fidelidade do texto traduzido ao do texto original. O então ministro José Dias Toffoli  discordou da garantia número 10, sob-responsabilidade da AGU (Advocacia Geral da União), exatamente a que está ocasionando o impasse atual.

Qual é o problema?

A versão traduzida do contrato submetida à assinatura inclui um trecho que não está no original, ressaltando que o Brasil garante indenização perante a FIFA em caso de prejuízos gerados por catástrofes naturais, atos de terrorismo ou de guerra. Mas incluiu uma ressalva: a indenização apenas acontecerá no exercício de nossas competências constitucionais e legais. No entanto, a Constituição Federal não é clara com relação à responsabilidade do Estado de indenizar vítimas em casos de catástrofes naturais.

Assim, a inclusão da ressalva praticamente anula a cláusula prevista na versão original da FIFA, que alega o seu descontentamento quanto à possível interpretação da garantia que, pela versão em português, praticamente isenta o Brasil da responsabilidade de arcar com prejuízos e danos causados por tragédias naturais.

O secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, esteve no Brasil em fevereiro para visitar Fortaleza e Salvador, cidades-sede do mundial, e se posicionou sobre o assunto afirmando que a entidade não abrirá mão dessas exigências. Por enquanto, nenhuma das partes envolvidas cedeu e uma redação adequada para o contrato está sendo projetada.

Compare os trechos:


Original – Inglês

"In the event that the Bid LOC established by the Confederacão Brasileira de Futebol (CBF) is selected by FIFA to host and stage the 2013 FIFA Confederations Cup and the 2014 FIFA World Cup (the “Competitions”), we hereby represent and guarantee to FIFA, and will ensure to indemnify FIFA and its representatives, employees and advisors and defend and hold them harmless against all proceedings, claims and related costs (including professional advisor’s fees), which may be incurred or suffered by or threatened by others against FIFA and its representatives, employees and advisors in relation to the organization and staging of the 2014 FIFA World Cup."
 

Tradução – Português

"Na hipótese da candidatura brasileira (...) ser a escolhida pela Fifa para sediar a Copa (...), afirmamos e garantimos à Fifa que tomaremos, no exercício de nossas competências constitucionais e legais, todas as providências necessárias no sentido do Brasil assegurar indenização à Fifa e seus representantes, empregados e consultores, bem como defendê-los e colocá-los a salvo de todos os custos com processos, reivindicações e custos afins (bem como honorários advocatícios) que possam ser incorridos ou sofridos ou ameaçados por outros contra a Fifa e seus representantes, empregados ou consultores com relação à organização da Copa do Mundo da Fifa de 2014.
 
Solicitamos a uma tradutora especializada em textos jurídicos da equipe All Tasks que sugerisse sua versão. Veja a sugestão dela:

Versão da tradutora especializada equipe All Tasks

"Caso a candidatura brasileira apresentada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) seja selecionada pela Fifa para sediar e realizar a Copa das Confederações da FIFA de 2013 e a Copa do Mundo da FIFA de 2014 (as “Competições”) declaramos e garantimos neste ato,  perante à Fifa, e asseguramos indenizar a FIFA e seus representantes, funcionários e  conselheiros, bem como a defendê-los e mantê-los a salvo de quaisquer processos, reclamações e custos relacionados (incluindo quaisquer honorários advocatícios), que possam ser incorridos ou sofridos por ou ameaçados por outros contra a FIFA e suas representantes, funcionários e conselheiros em relação à organização e realização da Copa do Mundo da FIFA de 2014."

Problemas com tradução travam negociações entre FIFA e Brasil

E daqui para frente? Como será?
 
O problema em questão não está exatamente na tradução, mas na maneira como foi aprovado o documento. Isso porque a questão envolve muito mais um fator judicial do que de interpretação do texto, pois se trata de um documento que deve levar em consideração duas constituições distintas.

Na All Tasks, por exemplo, trabalhos de tradução de documentos que podem gerar controvérsia são tratados de maneira muito peculiar: ao notar qualquer tipo de ambiguidade, a All Tasks sinaliza tal aspecto para o cliente e, em casos muito emblemáticos, contata o departamento jurídico para avaliar a situação e, enfim, entrarem em um consenso e, assim, minimizando problemas e mal entendidos.

E daqui para frente? Como será?

O primeiro grande avanço no que diz respeito à atenção dos organizadores desses eventos sobre a importância dos serviços de traduções ocorreu nas Olimpíadas da China, quando o país contratou uma única agência para coordenar toda a prestação de serviços multilíngues que se fez necessária durante a realização dos jogos.

Na ocasião, a centralização da coordenação das traduções permitiu definições padronizadas das metodologias e processos a serem adotados, bem como da terminologia a ser utilizada nos diversos idiomas. Isso garantiu qualidade e agilidade nos trabalhos, além de reduzir custos e minimizar os mal-entendidos. Ainda assim, nas Olimpíadas de Pequim, o governo precisou trocar 6.530 placas sinalizadoras devido a pequenos erros de traduções – um índice considerado alto se comparado ao imenso volume de materiais que demandam traduções em uma Olimpíada e demais megaeventos esportivos.

A questão que se vislumbra diante dos eventos que estão para acontecer no Brasil é: como o país tratará essas questões daqui pra frente? O que faremos para não continuarmos a nos deparar com impasses que atrasam decisões por não darmos a devida atenção para a atividade de tradução?